sábado, 12 de dezembro de 2015

Pais e filhos

Você é um cheira-rabo no trânsito?

Calma, não é o que parece. Esse post é sobre velocidade. Não tem aqueles carros que vivem cheirando o rabo do outro da frente, tipo, querendo ultrapassar? Então, meu ressentimento da vez eu descarrego contra essa gente estúpida que acha que a pista é sua e pode usar do jeito que quiser, ao contrário de compreender que se trata de um espaço de uso compartilhado, e por isso, contém regras.

Mas muita gente anda de forma estúpida e assim ensina aos seus filhos como ser estúpido em um espaço coletivo.

Além disso, seus filhos veem na TV desenhos com carro superultrarrápidos.

Já seus pais, filmes com carros velozes e furiosos.

Propagandas de automóveis que mostram carros superultrarrápidos, velozes e furiosos.

A conquistar garotas.

Entende?

Ou quer que eu desenhe???
Então tá, meu filho desenhou o "selvagem" do personagem Ben 10.
Todos os direitos reservados.

Isso e aquilo

Esses dias fiquei observando um filme que passava na tv, com muito tiro, explosões, gente atirando à queima roupa, entre outras cenas desprezíveis e desnecessárias.

E se você for prestar atenção, isso se repete em quase todos os filmes norte-americanos.

Aí depois me falam que Brasil só mostra favela, isso e aquilo.



terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Escreva errado em linhas perfeitas

Então, deixa eu te dar uma ideia: imagina se deuses e deusas - deusas e deuses - estiverem comigo...?
Sacou? Todas as deusas, todos os deuses, de todas as espécies, estiverem comigo? Imagina?
Imagina, cara?

"Escreva com sangue, e será bem ouvido".

Estou com sangue, carne, osso, alma e o Questionário de Valores Básicos, em sua versão recente de 18 itens, conforme elaborada por Gouveia.





quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Arregãããum, arregãããum

Se não me engano, foi em 2012 ou 2013 que o Governo de São Paulo meteu bala de borracha em estudantes que manifestavam pelo passe livre, o que suscitou reações em todo o Brasil, inclusive tendo virado moda.

Agora, estamos assistindo um interessante movimento de ocupação das escolas, em reação a este mesmo governo estadual, e de resistência, tendo em vista que a segurança pública foi posta para dialogar com o corpo discente e docente.

Pode ser que esse movimento de ocupação ganha tanta notoriedade que se espalhe pelo Brasil afora.

sábado, 21 de novembro de 2015

Papelão

Por trás do orégano, manjericão e hortelã
que tenho plantados no quintal
há a contrastar
um grande portão de ferro marrom

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Entre a psicologia social psicológica e a lama

Cê disse que era bom
E as favela ouviu, lá
Também tem
Whisky, Red Bull
Tênis Nike e fuzil

Admito
Seus carro é bonito
É, eu não sei fazê
Internet, videocassete
Os carro loco

Atrasado
Eu tô um pouco sim
Tô, eu acho

Só que tem que

Seu jogo é sujo
E eu não me encaixo

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Breve comentário sobre a (falta de) água

Resultado de imagem para eucaliptohttp://www.fibria.com.br/

Além do processo de urbanização, que, de forma ignorante e também planejada, "naturalmente" mata tudo mesmo, incluindo fauna e flora, com cidades e pastagens, temos aqui grandíssimas empresas que não citarei o nome para não me comprometer, mas que plantam eucaliptos, assim como, incentivam pequenos produtores a fazer o mesmo.

Basta andar por aí pelo ES que verás pastos e mais pastos e eucaliptos e mais eucaliptos.

Mesmo que traga lucros economicamente falando com móveis de eucaliptos e principalmente papel, eis que eucalipto não forma floresta, é uma monocultura e não possibilita a formação de lençóis freáticos e etc.

Assim, resta-nos pensar se é melhor continuar lucrando horrores vendendo papel, ou então, se é preferível ter água para lavar a cara.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Olhei prá trás e me lembrei do medo de olhar prá frente

Cara, sempre pode piorar. e fato, acaba pirando. Quiz dizer piorando e escrevi como ato falho pirando.
Enfim, queria dizer isso mesmo, pirando, estamos pirando.
Cara, nem falo. Nem falo, é melhor nem falar.
Deixar baixo.

Mas sem voltar atrás.

E sem arregar, é claro. Mas não arregar envolve colocar a família em segundo plano.

Tentar mediar as coisas.

Mas sem voltar atrás.
E sem arregar, é claro.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Meta os peito

Encostei meu peito no chão
enquanto pisavam em minhas costas
Deram meu lugar pro meu inimigo
enauqnto ele próprio queria me ajudar
mas é claro que eu não aceitei
eu continei
já tava caído mesmo
com meu peito no chão
então que se foda.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Meus alunos

Aprendo muito com meus alunos, às vezes, muito mais do que lhes posso ensinar.

Essa frase é minha.

Normal

domingo, 13 de setembro de 2015

Às sombras de Kafka

Já de início não sabia falar direito. Não que tivesse dislexia, mas era coisa dele, do jeito, desde que nasceu. Mas isso não atrapalhou em muita coisa, até que começou a mudar algo.

Sentia fome três vezes ao dia, e assim ia se alimentar. Só que, no local aonde adquiria o alimento, existia ali grande pavor. Existia algo aversivo e que para ele era um tormento.

Assim toda vez que ele se alimentava era um tormento.

Até que, por isso, deixou de comer. Até que, obviamente, como todos que não comem, desfaleceu. Bem, nem tão obvio assim, pois muita gente tentou ajudar. Gente especializada também, mas, apear de inúmeros testes e exames, não conseguiam encontrar a causa - orgânica - para seu problema. Nem mesmo a psicóloga do hospital e a psicoterapeuta, conseguiram, durante os seis meses antes de seu desfalecimento.

Só que ninguém de fato o perguntou o motivo. Mas. caso tenham perguntado, ele não saberia falar.


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

De novo

Mais uma manhã de surto.
A coisa tá começando a ficar bem bem bem bem séria mesmo.
normal

atualizando: dia 01 e dia 02 de outubro também

Essa é a Kratas

Kratas é a aranha que vive em um arbusto em nossa casa.
Só que esses dias a Kratas sumiu. Pode ser que nós nunca mais a vemos.
Pode ser que nenhuma aranha venha um dia a ocupar o lugar da Kratas.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Aqui é Porto Canoa

Acabo de assistir a uma cena de linchamento ao vivo, e de camarote, pois aconteceu na calçada de minha casa. Estava em casa me preparando para iniciar os trabalhos no computador, quando ouço uma gritaria e a minha cachorra latino. Quando percebi que se tratava de coisa séria, fui correndo para fora, imaginando que haviam pegado um bandido e iriam matá-lo. Assim, já fui pensando em "não deixar matar" sejá lá quem quer que fosse. Ao chegar, dois vizinhos da rua, até de certa idade, imobilizando um cara - um homem branco, cabelos e olhos castanhos, na faixa dos 30 anos. Ao seu lado, a tv de não sei quantas polegadas, dessas grandes que você deve ter aí na sala da sua casa e eu ainda não possuo. Enfim, pude inclusive ouvir o (que seria) dono da casa roubada perguntando, e o bandido afirmando que entrou pelo portão e que o cadeado estava aberto. Disse também que morava em Serra Dourada. Não sei se é realmente verdade, pode estar mentindo. Bem, para meu total espanto, minha esposa inclusive afirmou que viu esse homem logo pela manhã passando pela rua, quando ela levou o restante do lixo, às 07:00 horas, e o fato relatado aconteceu às 13 horas. Alguns dos curiosos que se aproximaram chegaram a comentar que ele estaria vigiando a casa. Bandido safo. Bem, apesar de minha ideia de preservar pela vida, na prática não é tão fácil assim. Assisti a algumas agressões. E às vezes, tinha que não fazer nada, porque não havia nada parta ser feito, simplesmente os caras deram umas boas porradas no bandido. O cara às vezes parecia tremer, mas aguentava de boa. Isso tem que ser destacado. Teve uma hora que eu esbocei uma reação quando o agrediam de forma mais brusca, no sentido de "calma, tá bom", e um  dos homens que o batia chegou a olhar para mim, mas não falou nada. O que não aconteceu depois, quando novamente o bateram por diversas vezes em sessão e uma mulher falou para pararem, e então esse homem que batia retrucou enfurecido, tipo, "ah, não é para ater não, então tá", e então dava mais uns cascudos em fortes. Em certo momento, achei que um senhor o batia com uma pedra, mas foi "apenas" com os punhos mesmo. Ás vezes com capacete. Em um momento, o bandido - que se encontrava sentado na calçada de minha casa, seguro por dois homens - tentou levantar. Aí eu disse para ele: "calma aí, cara, fica aí, fica ía velho", algo assim, mas então ele olhou para mim e ficou olhando um tempo... alguns segundos que pareciam uma eternidade. Parece que ele queria falar algo, mas sinceramente não saquei a dele. Minha intervenção foi no sentido de que, ele ficando quieto, seria preservado. De fato, estava difícil para segurá-lo, imagine a situação. Nessa hora, torcia para a polícia chegar. Chegou um jovem, aparentemente habitante da casa roubada, querendo matar o cara, nervosasso, com capacete na mão. A cara dele mostrava que ele estava disposto a matar o cara. Os coroas que o seguravam afirmaram para o jovem que ele já havia apanhado. Só que não. Mas isso segurou o moleque, que foi até a casa, pois havia uma menina lá. Ele virou pro cara e perguntou se ele havia feito algo com a menina. ele logo afirmou que não, que não mexeu com ninguém. De fato, o jovem retornou logo depois, ainda bem nervoso, mas aparentemente a menina estava bem. Em determinado momento, o coroa que o segurou a maior parte do tempo, e acho que o que mais o bateu, junto com o dono da casa roubada, disse para ele que ali só tem trabalhador, e perguntou: "por que você não rouba um banco". Apareceu um jovem estilo malandrinho, ficou olhando pro cara... aí olhou para ele, bem nos olhos dele e disse: "você roubou no lugar errado... você roubou no lugar errado... aqui é porto canoa, rapaz". Bem, depois decidiram levar o cara para a esquina, deram mais algumas porradas, a gente já torcendo para a polícia chegar, pois se demorasse, a galera ia acabar matando. Isso porque o cara roubou uma tv, desarmado. Isso é controle social com pena de morte para o que rompe os códigos legislativos e, mais ainda, os, códigos morais, instituídos por aí.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A pátria e seus filhos

Li agora que o Collor xingou o procurador-geral da república, o Janot, de filho da puta ontem no Senado.

O pior não é isso, o pior vai ser aqueles colunistas (pseudo)intelectuais aprofundando a discussão sobre a expressão, lançando teorias e teorias sobre as putas e seus filhos.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Profissional da bateria




Esses dias havia um rato no motor. Aí, mais recentemente, por dois dias seguidos, ao ligar o carro, ouvi um barulho no motor, como se tivesse um pedaço de plástico agarrado: "flap flap flap flap", mas depois parou. Só que, quando estávamos na br 101 rumo ao dentista na reta da penha, ouvimos um ruído a cada vez que eu passava da quarta marcha para a quinta, e que sumia quando coloquei no ponto morto.

Parei na primeira borracharia que encontrei, os caras foram super solidários, inclusive, elevaram o carro naquelas máquinas para que a gente pudesse avaliar. Não encontramos nada, um cliente lá disse que poderia ser falta de óleo na correia. Outra possibilidade levantada foi a falta de óleo no câmbio, na hora de passar marcha. Deixei cinco reais com o borracheiro. Seguimos para o dentista. Percebemos que a bateria estava vazando um fluido branco, e poderia ser porque já estava no final, visto que eu nunca a havia trocado.

Liguei para uma loja de bateria de jardim limoeiro. Acabou saindo 200 no cartão, parcelado. Bem, o profissional veio, mexeu, olhou o motor, ligamos o carro, pisamos várias vezes na embreagem, enfim, papo vai, papo vem, e então ele pergunta e exclama ao mesmo tempo: você é professor?!. Eu digo que sim e ele fica surpreso (!?). E aí me pergunta se eu sou favorável à legalização da maconha (!!!). Eu falo da Karam, do trabalho dela e do que ela pensa. Depois digo que metade dos EUA já legalizou. O Uruguai legalizou. O Chile vai pelo mesmo caminho.
Ele fica quieto.
Não consegui decifrar seu semblante (!!!???).

Depois contou a história do sobrinho dele, a qual não entrarei em detalhes, mas é uma realidade tensa, dura. Mas é a realidade.

Enfim.

Concordamos, finalmente, que o contexto em que uma pessoa é criada  tem um poder muito maior sobre a vida dessa pessoa do que o mero uso de uma substância.

Eu professor, e ele, profissional da bateria.

domingo, 26 de julho de 2015

Barro no ouvido

A professora de uma turma de crianças de seis anos ensina que não existe fada do dente. Mas, antes de entrar na sala, a escola toda a reza o pai nosso. Ou existe ou não existe, decidam-se.


sábado, 25 de julho de 2015

Renascer em Fristo



Ontem estava na calçada de uma padaria esperando um móvel chegar. Em determinado momento, um jovem aparece vendendo biscoitos, com camisa e crachá dessas casas de recuperação para ex drogados. Disse que não poderia ajudá-lo comprando, mas em seguida perguntei sobre essa casa de recuperação. Me contou sua história: disse que chegou a vender buchas e apanhou de uns caras, inclusive me mostrou as cicatrizes na cabeça. Aproveitei para perguntar suas opiniões sobre assuntos que me interesso, como a redução de danos. Perguntei se uma pessoa poderia continuar a usar drogas e fazer o "tratamento" para parar, e ele disse com veemência que não, em seguida trazendo o discurso religioso, que deus isso, deus aquilo. Ele tinha todo aquele discurso religioso, mas às vezes fazia certo sentido. As vezes isso me assustava, mas eu notava que fazia sentido para ele. Percebi que ele ficava mexendo com a boca, como se estivesse com boca seca. Lá pelas tantas expliquei que não compraria seus biscoitos porque estava sem dinheiro no momento, mas poderia lhe oferecer uma garrafa de água e biscoito (!) da padaria, depois eu daria um jeito para pagar. Ele aceitou. Foi escolher o biscoito enquanto eu aguardava; voltou para me perguntar se poderia escolher um de quatro reais e eu confirmei. Quando fui pagar, ele havia escolhido, além dos biscoitos, dois daqueles preparos para mistura de suco artificial, da marca "tang" e "Dona Wilma", algo assim, mas daqueles bem cheios de aditivos. Imaginei que ele pensou coletivamente, isto é, ia levar o suco para o centro de recuperação. Enfim, gastei dez reais nessa brincadeira, coincidentemente o preço do pacote com três pacotinhos de biscoito. Ele me contou muita coisa interessante, das quais fica impossível relatar aqui. Uma delas é que estava fazendo um propósito, diante da minha pergunta se ele iria almoçar, e assim justificando que não almoçaria, só comeria às sete da noite. Expliquei que isso poderia lhe causar algum problema a longo prazo. Eu perguntei se lá havia psicólogo, e ele respondeu que o psicólogo deles era "Deus". Em certo momento de seu relato, ele me disse que uma mulher passou por ele dizendo que aquilo tudo era uma farsa, aquela coisa de doce, e tal. Bem, não vou entrar em detalhes sobre as intenções do pastor e da missionária que comandam a casa de recuperação, porque não os conheço, quem quiser pode entrar no site e conhecer, como eu fiz. Depois fiquei pensando se ele não havia inventado toda aquela história triste para tirar algum dinheiro das pessoas. Bem, por fim, concluí: quem dera ele fosse um farsante, mas tudo o que ouvi era a realidade.

Na contradição, aonde o estado falha cresce a bactéria que suga e alimenta.

 http://www.renascerong.com.br/historia.html

segunda-feira, 13 de julho de 2015

todas as divindades

me protejam

pfv

o problema é o seguinte discurso:

eles brigam muito
assim, isso tá sendo ruim para as crianças
essa exposição à estas brigas está lhes causando mal
então o melhor para todo mundo é separar

entendeu

sábado, 4 de julho de 2015

Seara


Resultado de imagem para imagens feijoada searaSei lá quem é dono de quê: Perdigão, Sadia, Seara. Acho que a Sadia comprou a Perdigão. Enfim, é tudo de uma empresalhada só, farinha do mesmo saco, feijoada do mesmo paio, não valem nada. Ou seja, assim como (não como) esse produto que eles fazem, eles não valem nada.

A Seara é a empresa que a Fátima Bernardes da Globo está fazendo merchan. Ela e a própria Globo. O fato é que a Sadia sempre foi a top, a mais vendida e provavelmente a menos pior, na qualidade e no sabor, dessas indústrias de embutidos. Aí a Seara vem di bicho nesse merchan pesado. Só que não melhoram a qualidade. Isso, investem milhões em merchandsing mas não investem em melhorar a qualidade.

Eis que é justamente essa a alma do empresário: investir muito em imagem, fazendo seu produto parecer o que não é,  do que aprimorar pura e simplesmente a qualidade de seu produto. Aliás, na própria propaganda da Seara em que a Fátima aparece com uma "feijoada", aquele paio mesmo não parece nada apetitoso. Bem, primeiro, feijão com paio não é e nunca será uma feijoada. Segundo, pensam e investem na imagem, mas na própria imagem a gente vê que aquela "feijoada" não parece boa.

Isso porque o slogan é "a qualidade vai te surpreender".

Aliás, duvido que a Fátima coma essas porcarias da Seara.



domingo, 28 de junho de 2015

Copa América

O brasil não perdeu porque o governo é corrupto. o brasil perdeu porque o everton ribeiro e o douglas costa perderam o pênalty. isso mostra que o brasileiro não sabe mais bater pênalty. isso mostra que a gente sabe fazer samba. isso mostra que a gente sabe fazer gol e agradecer aos céus com o dedo indicador em riste. isso mostra que a gente não sabe falar os plural das coisa.

entendeu?

sábado, 20 de junho de 2015

sexta-feira, 19 de junho de 2015

ES TV 1ª Edição

A reportagem de um jornal do meio dia de ontem mostrou uma jornalista entrando em um prédio abandonado, o qual era usado por drogados. A jornalista mostrou latinhas e outras coisas para uso de crack, preservativos e roupas jogadas pelo chão, além de resquícios de fogueiras e palavras escritas com carvão e outros artifícios nas paredes. Em determinado momento da reportagem, quando subia as escadas para o terceiro andar do prédio, a jornalista se mostrou preocupada caso encontrasse algum drogado por ali.

Eu só acho que, da forma como o jornal do meio dia aborda a questão da drogadição, faz um desfavor às políticas do Ministério da Saúde. Esse tipo de reportagem é comum também em relação a moradores de rua, geralmente, também tidos por este tipo de reportagem como "drogados e perigosos".

Imagino que, ao ler isso, alguém deve estar me mandando trazer os drogados e mendigos para minha casa. Só que isso é de competência do estado, e não do cidadão, como demonstra um monte de portarias, como essa aí abaixo:

PORTARIA Nº 1.190, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Institui o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema Único de Saúde - SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes gerais, ações e metas.

Artigo 3, inciso IV - enfrentamento do estigma: deve haver uma dimensão política de enfrentamento do estigma associada a toda e qualquer ação proposta para a população usuária de álcool e outras drogas, tendo em vista que o acesso ao cuidado tem importantes barreiras sociais, oriundas da compreensão ainda existente de que a estes cidadãos devem ser ofertadas somente políticas repressivas. O estigma se manifesta também pela desconfiança dos usuários em relação ao acolhimento e cuidado oferecidos pelo Estado;

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Louco ou drogado?

Hoje, eu andava tranquilamente em frente ao Centrocor, ali ao lado do Shopping Vitória, e buscava avistar uma faixa de pedestre para atravessar a avenida. Um cara estava bem a minha frente, indo na mesma direção, de casaco azul, mochilas e ouvia fones de ouvido. Do nada, ele faz um movimento em minha direção, e no instante em que tudo ocorre, tudo muito rápido e inesperado, cheguei brevemente a imaginar que seria algum conhecido vindo me cumprimentar. Mas, quando olho, percebo que seu movimento é no sentido de me acertar um soco. Seu punho ficou a centímetros da minha cara, mas não acertou, no entanto, ele chegou a me encostar no braço, não me lembro bem como. Olhei em seus olhos, era um cara branco, parecia ter uns 29 anos, talvez um pouco mais alto do que eu. Nessa hora, ele retornava para seu movimento de prosseguir com a caminhada, mas eu o ouvi dizer, com semblante que, de certo modo, esboçava alguma fúria: "me respeita, rapaz", e em seguida fez um sinal de que havia algo em sua cintura. Com medo, eu fiquei o observando e algumas pessoas que estavam perto sequer perceberam sua atitude, quando perguntei a um casal que passava no momento se "vocês viram aquilo, vocês viram aquilo?", eles ficaram me olhando como se não fosse com eles. Enfim, no susto, na imediaticidade do momento, eu liguei para o 190, pois, o cara seguiu atravessando aquelas ruas movimentadas sem esperar o sinal fechar, caminhando em direção ao shopping vitória. A oficial que me atendeu no ciodes, diante do meu relato de que um cara havia tentado me golpear, logo pergunta se ele "tinha problemas mentais", ou se era um "drogado". Foi aí que eu comecei a entender a situação. Ela me perguntou se ele havia me acertado, disse que não, mas estava assustado com o fato ocorrido (e com o fato do cara estar surtado e andando por ali, desferindo golpes e passando sem esperar o sinal fechar). Novamente, ela me questiona se é um louco ou drogado, com a minha resposta de que acreditava se tratar da primeira opção, ela então afirma: "então aí é com o Samu". Enfim, desliguei e continuei meu percurso, bem atento com o cara de azul solto por ali.

Ironias a parte, eu vim pensando nisso, no lugar desse cara. Ele disse: "me respeita, rapaz". Porra, justamente eu, que ganho a vida lutando pelo direito dessa galera circular pelo espaço urbano.

Muita coisa esse fato me fará pensar, desde o golpe até a policial falando que seria caso para o Samu.
Drogado, seria da polícia.
Louco, aí é do Samu.

Veja bem: mesmo quase tendo apanhado e poderia estar bem machucado agora, eu continuo a defender que o lugar para a loucura pode e deve ser o espaço público.

cabe a nós, enquanto profissionais da saúde, entender e acolher esse cara de azul. Cabe a nós encontrar maneiras de compreender a vida dele e possibilitar um ambiente, um aparato em que ele possa se sustentar.

Nós falhamos, assim como o soco dele.


Eu meio que me arrependi de ter ligado para a polícia, mas é entendível, digamos assim. Foi um susto, foi no susto, e para não perder a rima, de um cara no surto. Foi isso que pude entender quando a ficha foi caindo: era um cara surtado, nem precisava ter ligado para o 190, pensei. Mas aí já era.

Mas essas coisas acontecem para nos fazer pensar, entender a complexidade do cotidiano, e com isso tudo, pelo menos pude ouvir o relato da oficial sobre essa situação: "aí é pro Samu".

Pro Samu, ok, acho perfeito isso. Sem ironias, é por aí mesmo.

Por outro lado, nossa missão também deve ser a de possibilitar que o drogado seja, igualmente, um caso para o Samu.

A fala dele ficou em minha cabeça, juntamente com seu olhar serenamente furioso que aos poucos retornava a cabeça para frente. Ele não me olhou nos olhos.

De fato, essa fala: "me respeita, rapaz", parece ser de alguém que vem, costumeiramente, sendo desrespeitado...



















sábado, 30 de maio de 2015

Casa para a loucura

"Analisamos nesta tese as relações sociais estabelecidas com a loucura e discutimos as possibilidades para que este lugar para loucura seja o espaço comunitário, urbano, social, em casa, em liberdade, podendo ir e vir, ficar e sair, como em tese devem se configurar as RTs. Consideramos necessário, a partir da análise das concepções sobre a convivência e interação dos participantes com as RTs, entender quais são as possibilidades para que os moradores circulem e frequentem o espaço público e dessa forma possam estar integrados ao cenário cotidiano, da casa, da rua, do bairro, da cidade, enfim, da vizinhança. Assim, é deste lugar que partimos".

Ribeiro Neto, P. M. (2014). Convivendo com Residências Terapêuticas: concepções sociais, processos identitários e relações intergrupais.

domingo, 24 de maio de 2015

Tame impala é noís

https://www.youtube.com/watch?v=a-XPAfXo1Cs

Tenho ouvido muito bob marley. Muito mesmo. Tá no carro, e ouço direto qui no pc em que trabalho. Bob prá caralho., Além disso, ouvia muito e ainda, ouço tame impala, tanto é que é  no momento desta postagem, tame impala eu ouvia.
é isso aê, bob marley e tame impala, tenho ouvido muito ultimamente.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Não sei se conhecem a Magda Dimenstein

Surreal, primeiro, buscar a Magda no aeroporto. Fiquei preocupado em não reconhecê-la, até porque eu a vi uma vez na vida e também por algumas fotos de internet, mas, logo que ela saiu, não houve dúvida. Fui ao seu encontro sorrindo e dizendo "professora", e ela sorriu e disse "Magda". A cumprimentei e disse que iria pagar o estacionamento, e ela então falou que iria fumar um cigarro ali fora. A fila demorou... Lá fora, a procuro e logo a avisto lá no canto. Estava no final da guimba, ela pergunta se poderia acabar, se teríamos tempo, e é claro que eu afirmo que sim... lembrei-me do bilhete de estacionamento, o qual deveria ter um prazo para que deixássemos o lugar, mas que eu ignorei, portanto, para curtir aqueles momentos ali com a Magda. Se precisasse, eu pagaria duas, três vezes o estacionamento, para poder ter aquele momento de conversa enquanto a Magda acabava de da as últimas tragadas no cigarro. Acabou que foi tudo tranquilo. Entramos no carro rumo ao Hotel. Viemos conversando sobre Natal, sobre ela, que disse estar trabalhando com o Rural, agora. Vim falando sobre o bairro, mostrei a ela o Mister Dog... Pedra Azul, café do Jacu... se soubesse, teria comprado. Enfim, passamos em frente ao Hotel, pois não havia escrito o nome "Comfort", e assim não parei, pois pensei que poderia ser outro à frente... bem, tivemos que retornar, a Magda muito simpática ficou de boa, pegou o papel, viu o número, essas coisas, até porque eu estava um pouquinho nervoso né, mas eis que retornamos tranquilamente, conversando sobre várias coisas, e então avistamos o hotel, ela confirmou o número e paramos! Aguardei ela fazer o check in. Havia uma págua com abacaxi, perguntei ao recepcionista o que era, ele disse que era "água aromatizada com frutas". Aí, a Magda fala: porque você não experimenta? Com o consentimento do recepcionista, fui lá... Mas antes, perguntei se a Magda gostaria, ela disse que sim, e então primeiro levei para ela. Depois provei. Engraçado que ela engasgou com a água... fiquei lá até ela tomar o elevador, ela praticamente me mandou ir embora (risos).

Depois, participar da banca. Surreal demais, mais emocionante e importante do que quando defendi meu doutorado. Com certeza, muito mais. Obrigado Luziane e Alexandra. Luziane, obrigados mil, você não imagina como está sendo importante para mim.

Por fim, o almoço com a Magda, sensacional, demais, ela é super super.

Só agradeço, estou ainda extasiado com tudo isso. Agradeço muito por ter vivenciado isso. A banca, a conversa com a Nicéia, com outros e outras colegas. Valeu a pena todo esforço do doutorado, valeu a pena todos os momentos ruins pelos quais eu passei, para viver este.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Nós somos o trânsito



Indo para Pedra Azul, fui ultrapassado por diversos carros, alguns dos quais de forma ignorante e que puseram risco à minha família e a mim. Logo no começo da viagem, ainda na Rodovia do Contorno, isso ocorreu, um carro veio superrápido querendo me ultrapassar, só que eu estava cortando um caminhão, e ele não soube esperar, colou atrás, enfim, tive que fazer uma manobra de certo modo arriscada para dar passagem a ele. Ainda no contorno, uma carreta que estava na minha frente decide entrar num posto quase sem dar seta, de uma hora para outra, e ao meu lado um cuzão passando correndo não me deu passagem, e eu tive que frear bruscamente quase esmagando minha esposa e a mim na carroceria da carreta.

Na BR 262, vários carros me ultrapassaram também de forma ignorante e diversas vezes em curva e locais proibidos. Sendo que, logo a frente, caminhões andavam lentamente e eu acabava os pegando novamente, ou seja, não adiantou terem feito burrradas.

Na volta, idem. Por duas vezes o trânsito travou, por causa de caminhões que desciam lentamente. Eu temia que atrás de mim uma carreta ou um destes imbecis a alta velocidade batesse na gente, então fazia sinal para que os motoristas do sentido contrário piscassem o farol para quem estivesse vindo atrás.

Outro detalhe: em certo ponto, um caminhão de bombeiros chegou em sentido contrário e parou, pois haviam vários focos. Porém, logo depois, vimos que ele retornou em certa velocidade pela contramão, não entendemos porque, mas estava perigoso. Logo abaixo, vimos um acidente, como mostram as fotos: um carro capotado, uma família do lado de fora, ninguém visivelmente machucado. Vi o olhar de uma senhora, seu semblante triste. Olhei nos olhos dela. Imaginei que, para ter capotado, deveria estar correndo, então parceia ser mais num dos idiotas que andam chutado e desrespeitam a todos. Só que ele tava com a família, o que torna o motorista mais idiota ainda.

Não é o trânsito que é violento: as pessoas são violentas no trânsito.





Ermitão

Bicho, vou morar na pedra azul. mas não vou comprar terreno ou propriedade porra nenhuma não. vou pro meio da mata. com certeza, várias pessoas já devem ter pensado e quiçá feito isso. mas não sei de fato. sei que estou pensando em fazer. me jogar pro meio da mata, lá no parque mesmo. entro na trilha com os guias e me perco. lá tem água, levo uma mochila com barras de cereal, sardinha, pão e patê de presunto. queijinho provolone, para garantir, caso não tenha êxito na caçada. levo também uma faca tipo do rambo. lá tem água.
Pelo menos por umas duas noites, aí eu volto prá casa, junto dos meus filhos.











Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei