quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vontade de droga ou droga de vontade?



Imagine você, com a sua vontade de drogas, começar, por livre e espontanea pressão, a pensar em parar seu deleitoso consumo.

Logo um parente sugere uma clínica de reabilitação, recuperação, tratamento, psiquiátrica, fé em deus dj!, seja lá que droga de nome ela tiver.

Lão vão estar um monte de profissionais que não são uma droga em si, mas trabalham e precisam da droga do dinheiro; isso faz deles uma droga.

Assim como Amy, sem sentido e sem controle, a gente desiste dessa ideia nefasta e sem sentido.

Imagine, porém, escutar de um profissional que você pode sim continuar usando o crack. Pode continuar com seu cotidiano de consumo dessa grotesca pedrinha mágica.

Mas que, em vez de você fumar cinco pedras por dia, por que você não pensa em fumar três pedras e dois baseados.

Duas perninhas de grilo, quiçá.

É melhor prá você.

sábado, 13 de agosto de 2011

Vontade de doença


Em que medida - sempre há de existir uma - em que medida a gente não dispões, em determinaod moneto de nossa vida, de uma vontade de doença.

Não considero o mesmo que pulsão de morte da psicanálise, nem esse discurso que gira em torno da autodestruição, etc.

Não é nada disso. É uma vontade que dá na gente de cair e permanecer doente por algum período.

Seria equivocado entrar numa discussão sobre causas, uma vez que são processos que se desenvolvem a partir e nas relações, humanas e do homem com qualquer outra configuração da realidade.

Ou poderia ser causada por uma série de situações de vida, que culminaria nessa espécie de estratégia de defesa, de fortalecimento, de sair-se vivo da guerra, mesmo tendo perdido a batalha.

Seria, pois, um tipo de fatalismo russo, de Nietzsche?

"Estar doente é em si uma forma de ressentimento. - Contra isso o doente tem apenas um grande remédio - eu o chamo de fatalismo russo, aquele fatalismo sem revolta, com o qual o soldado russo para quem a campanha torna-se muito dura finalmente deita-se na neve. Absolutamente nada mais em si aceitar, acolher, engolir - não mais reagir absolutamente..."

e continua:

"A grande sensatez desse fatalismo, que nem sempre é apenas coragem para a morte, mas conservação da vida nas circunstâncias vitais mais perigosas, é a diminuição do metabolismo, seu retardamento, uma espécie de vontade de hibernação".

Pronto, call me Bear. Grylls.

O círculo


Não sei se as pessoas dão a devida atenção para essa figura geométrica.

Esses dias, ouvindo um professor falar sobre pesquisa com crianças, me lembrei de uma pesquisa que fiz com escolares de 5 e 6 anos. Era sobre família, e eu fiz três perguntas, referentes à "o que é uma família", "por que as pessoas têm família", e "como será sua família no futuro".

Pedia que, antes de me responderem, buscassem representar graficamente o que pensavam sobre as questões.

O interessante, deixando os resultados de lado, é a questão do desenhar: o círculo representa a forma fechada, a organização; em geral, a criança começa a desenhar o sol, frequentemente aparece sorrindo, e a patir daí a criança passa a desenhar um rosto humano, subsequentemente evolui e representa os membros saindo desse círculo, dando forma ao corpo humano, enfim.

No caso do desenho infantil, o círculo é fundamental.



Uma pergunta: será que nós temos a altivez de perceber que a gente vive em movimento, girando, em cima de uma esfera, que por sua vez gira em torno do sol?

Quer dizer, num constante circular?

Dizem que o sistema solar vai se fundir, daqui a alguns anos-luz, com andrômeda, uma galáxia vizinha.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Abacaxi



A gente fica áspero. A gente se torna áspero com algumas coisas que acontecem.

Assim como uma batatinha: quanto mais atrito ela tem com seu ambiente, isto é, quanto mais pancada ela leva no trajeto de retirada da terra, desde a kombi que a conduz até o supermercado, e de lá até sua casa, a cada atrito nesse percurso ela fica manchada, marcada, sua casca fica riscada; se torna cada vez mais áspera.

Áspero como o abacaxi. E o pior: o abacaxi, ao contrário da batata, ainda tem aquela coroa que pode machucar as mãos desavisadas de uma criança de dois anos e meio, ou as mãos desplicentes de alguém preocupado com alguma coisa, que, ao ter que fazer um suco para uma criança, por exemplo, acaba se machucando sem querer.

Historicamente a batatinha, por sua vez, foi usada nos navios, na época das grandes navegações, como forma de combater o escorbuto (vai no google e veja o significado). Muito importante, esteja ela com sua casca manchada ou não.

Se bem que o abacaxi, seja áspero e com coroa cortante, ainda assim é muito doce por dentro - quanto mais velho, quanto mais experiente e manchado, mais doce.

De tanto, apodrece e volta para a terra, de onde saiu novinho em folha.

Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei