sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

verdes deligsos


Eu não consigo tornar o verde amarelo. A não ser queimando, mas antes que se torne em cinza.

Eu não consigo tornar o amarelo verde. A não ser que eu misture com azul.

Aí sempre vai haver uma condição.

Eu não consigo tornar o cinza azul, assim como algumas pessoas teimam em tornar o azul - cinza. E eu teimo em achar isso desagradável.

Assim como moscas que sobrevoam uma carne viva.

Assim como pelos sobrevoam o meu prato.

Assim como um tira-gosto.

Assim torno o seco em oleoso.

Eu torno o verde cinza.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Nova postagem


Vontade de não fazer nada.
Síndrome amotivacional é causada pelo consumo excessivo de cannabis.
Vontade de nada.
Niilismo.
A gente se encontra nele.
A gente vê por aqui.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Certa dose


Tem um peso, uma força ou uma tendência a me comprimir prá baixo.

Mas, assim como todo e qualquer organismo vivo, minha reação imediata é de resistência.

Só que, às vezes, esse movimento de resistir pode me matar. Às vezes é preferível, para a sobrevivência, a covardia. Quer dizer, o medo. Melhor dizendo, o que Nietzsche chamou de fatalismo russo. Aquilo de não desistir, mas também não avançar na batalha. Assim como um soldado russo, fatigado pelo cansaço da guerra e exaurido pela neve, não desiste nem prossegue, apenas se joga no gelo extenuado.

Às vezes sobrevive quem sai correndo.

Quem sabe não reagir de imediato ao estímulo.

Mas tem um peso em minhas costas. Não se trata de consciência pesada ou remorso. Não.

Mas pode ter aí uma boa dose de culpa.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Armando Reveron


Chove muito em Serra.

Fim de ano, estou cansado.

Costumo dizer que só aquela disciplina sobre Teoria da Identidade Social, com o professor Lídio, já valeu por todo o ano.

Vixe mariana.

Tenso aquilo lá.

E muito, muito elucidativo sobre alguns processos de construção do real.

Muitos.

Mas a gente não fica só nisso. Enquanto chove, a gente prepara um café forte. Enquanto chove, a gente tenta algo inferior, algo em uma tonalidade mais suave, algo mais pastel.

Menos tenso. Menos elucidativo.

Quem sabe, uma pintura do Reveron.

Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei