terça-feira, 19 de março de 2013

O perigo de amar o presente















Quem ama o presente, obrigatoriamente ama o passado: não há limite entre o presente e o passado, há sim uma composição sem fronteiras do que se chama tempo.

É como aquela história do rio, de que não se entram duas vezes, sequer uma, num mesmo rio.

Aqui também: ao amar o presente, puf, já passou, e eu acabo amando o passado. Não existe uma fronterira que separa passado e presente, o presente vem junto e acoplado ao passado.

Presente e passado se confundem, num polo, e em outro, o futuro, inexistente, mas no entanto, indispensável para que a vontade humana continue se erigindo.

segunda-feira, 18 de março de 2013

O buraco do espelho

Do lado de cá não tem acesso
mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some

quarta-feira, 13 de março de 2013

Pessoa

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores [...]

NERUDINHA

NÃO SOU NADA

NUNCA FUI NADA

NÃO POSSO QUERER SER NADA

E NÃO ME RESTOU SEQUER UM SONHO

segunda-feira, 11 de março de 2013

Cherão



Com a morte do Chorão, 99,99% de todo ser humano acusou a cocaína pelo assassinato. Na verdade as drogas. Na verdade, pela sfotos, havia lá, um pouco de pó na mesa e mais duas sacolinhas aparentemente intactas ainda (e já era seis da matina), outros medicamentos, latinhas de energéticos e se não me engano, alguma bebida alcoólica.

O que me intriga é que, com as notícias dos mais próximos de que ele estaria assim depressivo e usando drogas por causa da separação da mulher, há seis meses, esta já entrou em cena então acusando deliberadamente a cocaína como causa da morte e até da separação com o Chorão, e tirando o foco de si. De fato, até o Faustão caiu nessa.

Keith Richards diz que nunca teve problemas com drogas; todos os seus problemas, garante, foram com a polícia. Muita gente consegue cheirar cocaína sem ter que terminar chutando as paredes do aprtamento. Reduzir a complexidade das relações que foram determinantes para que o Chorão estivesse em um estado "depressivo", ao simples uso de droga, é uma tremenda burrice. E, como meu afirmei acima, quase todas as pessoas fazem isso.

É muita estupidez de nossa parte e injustiça com o Chorão entender a morte dele como obra da cocaína, por que não foi. A cocaína é perigosa? Sim. As armas são perigosas? Sim. Pegar ônibus na Serra após às 22 horas é perigoso? Sim. Mas eu não vou sair por aí comprando armas e alvejando p3essoas pela rua; nem pegarei um busão de noite aqui no bairro. De fato, a compulsão originada pelo uso pode ser prejudicial e danosa, levando a comportamentos considerados desajustados socialmente. Contudo, na ausência de outras relações satisfatórias para o indivíduo, essa compulsão parece se tornar a principal meta de desejo e goso do sujeito.

Assim, é preciso pensar na qualidade de relações que estão estabelecidas, principalmente em torno da problemática das drogas. Tdos sabemos que a política que proóe o proibicionismo é mnais danosa do que o próprio uso de drogas. Basta ver: quem morre mais, por overdose ou por arma de fogo fruto do tráfico? Então, é preciso uma ruptura com essa política nefasta e vergonhosa.

Depois, a mídia e as pessas comuns estabelecem uma concepção em cima destas categorias - drogas e uso de drogas - que as associa à sinais e padrões neativos, sendo alvo então de intervenções muitas vezes opressivas e repressivas, como as internações compulsórias, por exemplo. É tipo aquilo, pensando no craqueiro: se o cara tá lá no viaduto noiadão a vida toda, é porque as relações dele com a sociedade são pobres, a miséria econômica e afetiva, não só de seu grupo familiar e social, mas também do Estado, começa a se mostrar nessa gente noiada.

Mas esse não era o caso de Chorão. Aliás, é bom lembrar de uma música dele: "as pessoas ao redor nunca me entendem". E isso permanece após a sua morte, Chorão, infelizmente né. Continuam sem entender porra nenhuma e a estabelecer análises simplistas e rídículas que culpam a droga pelo seo ocaso. Enfim, você sequer deve erstar me ouvindo, então pararei de me referir diretamente à você.

Nunca fui fã dele. Nunca fui apreciador das músicas dele. E continuo não sendo, mas, como todos que morrem, agora irei oprestar mais atenção em algumas coisas. De fato, anteriormente à sua morte, acabei tovcando alguns rifs de canções de sua banda, tipo aquela "quinta-feira", que aliás, versa sobre o uso de cocaína. Seria um aviso, tal como Kurt Cocabain o fez em "I don't have a gun"?

De fato, o Estado precisa pensar seriamente em como fazer para desfazer esse nó - esse nódulo, essa hérnia - que se estabeleceu em nossa cultura. Fazer o cara que deseja continuar usando drogas, continuar a usar, mas com qualidade e segurança, uso limpo, saudável, mesmo que, assim como toda substância que altera o SNC, usada em excesso (como pode ser a tendência na cocaína, pela compulsão), pode agravar a saúde.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Sob a rede

Eles se transformam naquilo em que a gente vê eles.

Nós somos aquilo que eles imaginam e fazem de nós.

sábado, 2 de março de 2013

Passei no parque

Parque Moscoso

No meio do caminho tinha um craqueiro, tinha um craqueiro no meio do caminho. Nunca esquecerei na vida de minhas tão fatigadas retinas que no meio do caminho tinha um craqueiro, tinha um craqueiro no meio do caminho.
 
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Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei