sexta-feira, 20 de novembro de 2009

NOFX Coaster


nofx coaster

Caros, baixei este CD pela internet, ao contrário de uns cinco ou seis albuns desta banda, os quais comprei em loja. Como sou uma pessoa que se interessa pelo conhecimento, fiz uma pequena pesquisa no google a fim de ler algumas resenhas deste album; de modo inicial, o CD COASTER não me chamou muito a atenção; aos poucos, isso foi mudando; ou melhor, de um momento a outro fui então percebendo sua magnitude e que eu estava redondamente gordo enganado. Por exemplo, a seriedade sincera ou não da música "my orfan year", em que o gordo mike trata da morte dos pais em 2006, composição em que este relata que concedeu auxílio a sua mãe, a qual lutou contra o câncer, mas foi indiferente em relação ao pai, que, apesar de convocado em seu período pré-falecimento, mike alegou que não poderia ir em fução de outros compromissos, e assim o pai faleceu sem seu filho. Outra música formidável é a 10, com a alternância dos vocais entre os guitarristas e o baixista, "you are superfluos man...". Agora, o que me intrigou, foi que meu filho de 11 meses quando ouviu, e quando ouve, por exemplo, a canção 09 intitulada "best god in show", começa a dançar, parece que foi uma das músicas a qual ele mais gostou, e o mais legal disso é que a letra dela, a qual trata de religião "está ficando cada dia mais difícil sair com gente que acredita em Criação e arca de nóe", eu me identifiquei fortemente.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ecbátana


Eu e Manuel

Se Manuel foi embora
Foi embora prá parságada
Eu continuo nessa vida
A me perder pela estrada

Não permita deus que eu morra
Sem antes conhecer parságada
Mas vou-me embora nessa vida
A me perder pela estrada

Se Manuel foi embora
E deixou a conta a pagar
Eu sem caneta nem cigarro
Ouvindo a ave a cantar:

“Passei a vida a toa, a toa!” – Eu não.

Se Manuel estava triste
Foi embora tomar banho de mar
Andar de bicicleta
E ouvir joana a cantar

Eu, quando estiver triste, mais triste de não ter jeito
Quando a noite me der vontade de me matar
Ah meu deus, sem cama e sem mulher
Eu tento de tudo

Mas continuo nessa vida
A me perder pela estrada

Manuel foi embora
Eu vou ficar.

Prefiro me perder a de todo me queimar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ranca rabo


O homem vivia em uma casa. Em sua casa, além dele viviam inúmeras lagartixas, aquele bixo que, quando acuado, solta seu rabo.

O homem não gostava das lagartixas em sua casa, e vivia a acuá-las, tentando matá-las; e elas a rancarem seus rabos.

O homem vivia no ranca rabo com as lagartixas. Mas não adiantava, ele as matava e sempre apareciam mais.

Mas um dia o homem pensou: percebeu que em sua morada sempre havia inúmeras teias de aranha, e portanto várias aranhas e outros insetos pequenos como mosquitinhos.

As teias e as aranhas não incomodavam, pois por sua vez, acabavam com alguns insetos de sua residência.

Mas aí ele pensou, pensou e decidiu acabar com as aranhas, que, prudentemente, serviam de alimento para as lagartixas.

A partir desse dia, sem as teias, sua casa ficou livre de lagartixas, pois estas não encontravam alimentos lá.

Morais da história:

1- Escolha o mal menor para conviver. Ele preferiu mosquitos do que lagratixas.

2- Mesmo com o risco de morte e ameaça constante, a gente ainda vai atrás daquilo que nos mantém vivo.

3 - Se você quer se ver livre de pragas em sua pobre e estupefada estafada estarrafada vida, não as mate, mas acabe com aquilo que as mantém vivas.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Coragem


Novamente eu questiono: onde está minha maconha, diabos?

Eu nunca tinha visto tantos evangélicos por metro quadrado.

Mas às vezes a gente tem que ter coragem para falar, para enfrentar, para temer.

Esse é paradoxo: coragem para ter medo também, querer morrer, e também querer viver, e desprender do desprendimento, ter deus é não ter deus.

Não ter medo de se fuder.

Mas eu não vou jogar pérolas aos porcos.

Nem vou usar um colar de torresmo em meu pescoço.

Mas também não vou permitir que nenhuma fruta estrague em minha cestinha de frutas.

Não ter medo de se fuder.

Paga-se mal a um mestre quando se continua a ser sempre o aluno.

Mas eu não irei arrancar coroa de louros de ninguém.

Não tenha medo de se fuder.

A pressão torna o carvão diamante.

A pressão torna o carvão diamante.

Desde que este seja um carvão mineral, que pode se tornar um diamante, com a pressão.

Eu não terei medo de me fuder.

Mas é preciso ter um pouco de coragem, para se enterrar lá e permanecer paciente por séculos, sob pressão.

Como uma minhoca que se fode.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

I dont want to live my life again.


Eu piso em falso, na verdade eu caí de imaturo, e assim minha cara arrasta no chão, e pelo vão do impacto do asfalto em meu rosto, a aspereza do concreto defasado pelo desvio de verba pública rasga a minha pele e me fere, entra a areia que o vento noroeste trouxe da construção abandonada e cheia de mendigos fumando pedra, da construção onde o cão cagou o pão que ele comeu, amassado pelo próprio demônio em chamas, fugindo de deus fingindo ser um servidor público, fingindo ser um juiz, que por sua vez efetivava um abraço púdico com mãos que afagam sem carinho, com mãos que afogam onde não há água. Onde não há praia, eu morro na areia do asfalto quente, meu osso quebra no chão, e não há ninguém para chamar pelo rabecão.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A palavra é...


cansado, essa é a palavra.

Me sinto pressionado, tenso, tá foda.

Gostaria de tentar o doutorado esse ano. Tenho que escrever um projeto para fazer a seleção... até tenho umas idéias, mas tá osso.

Chego em casa, lá pelas seis, cansado, vou me alimentar, abraçar e beijar filho e esposa, e ainda tenho que ir pro computador - com puta dor - para escrever, isto é, tenho que pesquisar primeiramente e assim tentar escrever um projeto.

A idéia principal, é verdade, tá na cabeça, mas falta escrever toda a teoria. Talvez, seja prudente amadurecer minhas premissas, ou tentar o ano que vem.

Meu pai quer que eu tente esse ano.

Minha esposa quer que eu tente esse ano.

Minha mãe quer que eu tente esse ano.

Meu filho, se falasse frases compostas, iria querer que eu tentasse esse ano.

As unhas do Maradona roídas querem que eu tente esse ano.

Eu mesmo quero tentar esse ano.

Mas, infelizmente eu não vou conseguir esse ano.

Sou sincero e claro com meu fracasso.

Seja bem vinda, impossibilidade.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dança do diabo


Muitas pessoas lêem algumas frases de algum livro e saem falando verdades abosultas e eternas sobre o que leram.

Em Nietzsche, isso é muito claro.

Por exemplo, a começar pela sua identificação: todos chamam ele de filósofo. Nietszche não era filósofo e nunca foi filósofo.

De formação, era filólogo, e chegou a dar aulas sobre isso. Que eu saiba, ele inclusive tentou a cátedra de filosofia, mas parece que não foi classificado para o posto, se não me engano numa universidade da Basiléia.

Também acho que ele não se arrependeu disso.

Ele foi muito mais do que filósofo.

A quem me entende, basta ler e compreender o que o próprio bigodudo entendia por filosofia - como mais uma forma de vontade de verdade, isto é, indo de encontro, portanto, à vontade de poder, de potência e superação, e nesse encalço, de vida.

Assim como a religião e a ciência são vontades de verdade.

Nietzsche também não matou deus.

Muitos o acusam de tal latrocínio, mas não - ele apenas constatou sua falência, ou seja, viu que deus tinha morrido (assim como tinha uma pedra no caminho) mas muitos ainda não se davam (dão - darão) conta; assim como tentou zaratustra, em vão, convencer a multidão.

Nietzsche tampouco era ateu. Nietszche revela em zaratustra uma passagem em que o anão vê uma santidade, e que zaratustra era mais crente do que imaginava.

"antes nenhum deus - antes ser seu próprio deus e dar cabo ao seu destino"

O ateísmo é apenas mais uma vontade de verdade, no caso, mais uma forma de decadência da espécie humana, uma espécie porém, refindada de religião.

Por isso a necessidade do além-do-homem. Alías, este é outro equívoco que se comete: não é "super-homem" de quê Nietzsche fala, pois assim seria o homem com suas idiossincracias potencializadas, isto é, o erro estaria aí sublimado.

O que ele propõe é a superação da humanidade, ou seja, o homem deve ser ultrapassado, e não tornado grande.

Além-do-homem ou sobre-o-homem, seriam a tradução mais exata de "übermensch", termo em alemão.

Por fim, a própria tradução de "der antichrist" pode siginificar "o anticristão", e não "o anticristo", como predomina nos livros da companhia das letras e outros.

Scarlet Marton tem uma frase que resume as certezas de verdade sobre Nietzsche:

"quem julgou compreendê-lo, equivocou-se a seu respeito; e quem não o compreendeu, julgou-o equivocado".

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O medo


Muitas pessoas falam que "eu, eu não tenho medo de nada não!". No entanto, nunca se sabe.

Eu, eu tenho medo de uma porrada de coisas. Com certeza, né. Quem não tem...ou é ruim da cabeça, ou doente do pé.

Sobretudo, o medo nunca me impediu de fazer nada. Mesmo com medo, eu faço aquilo que, por ventura ou seu oposto, eu tivesse, eventualmente, que fazer.

Meu medo não foi um estimulante... ou foi? Mas, de certo, meu medo nunca me impediu de fazer nada.

Mesmo com medo, eu ia lá.

sábado, 29 de agosto de 2009

Na estrada

Eu estava vindo de aracruz, aí foi que meu carro quebrou.

Eu cheguei a ver a luz piscando, mas acreditei que dava prá chegar.

Mas então qual foi o meu espanto, quando ao acelerar, o carro não andar.

Parei no meio do asfalto cinza, com carretas ao meu lado a passar.

Tive medo, estava perigoso, não havia ali acostamento.

O carro na metade da pista a ficar, e eu logo ali o abandonei.

Fui para o outro lado da pista, estava só, estava escuro, receava.

Mas logo parou uma viatura da polícia, que dois cones me emprestaram para sinalizar.

Novamente só, eu pensei, hoje a novela perderei.

depois de cerca de umas duas horas, o guincho o meu carro a levar.

Fui embora com meu pai de peugeaut, minha esposa e meu filho eu peguei.

Logo em casa dos meus pais me confortei,

e quando no outro acordei, ao abir os olhos pensei:

como tudo isso poderia ter sido um sonho.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Misericórdia

Perdeu a noção de bem e mal... não por que pratique a ambos, desarazoadamente, mas por que perdeu o sentido e significado disso.

Perdeu também a deus, que jaz num monte de gente ainda.

Mas assim se perderá a si próprio?

Porque gosta de pisar em falso? Por que prefere perder toda a base em que se solidificou, por cerca de dois séculos, a humanidade?

Por que gosta de brincar no escuro?

Talvez, por que não haja mais bicho papão?

Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei