sábado, 29 de outubro de 2011

Quem sou eu?



Óbvio que ninguém sabe responder essa questão.

Eu ficarei imortalizado em pouco menos de dois segundos em que apareci num show do Pixies em 2010, transmitido ao vivo pelo Multishow. Eu apareci lá no cantinho inferior diteiro da tela.

Talvez eu seja isso: alguns segundos famosos (meu amigo inclusive me mandou uma msg de madrugada alegando que havia me visto)num cantinho da tela; bem em frente ao palco, sem dançar ou sorrir: calado ali admirado, admirando o que estava em minha frente.

Com a cabeça latejando de dor, pelos percalços desatrosos e inocentes que se passaram até chegarmos à esse show, pelas preocupações em ter o carro apreendido, em ter perdido a máquina digital, em ter bebido desde o meio dia sem almoço digno.

Talvez eu seja isso, imortalizado pelo youtube. Até que alguém exclua essa vídeo de lá, ou que seja esquecido pelas gerações vindouras e aí assim eu possa estar morto, mortinho, e sem veneno.

Igual aquele mosquito da dengue que você mata ao esmagar entre as palmas de sua mão.


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Esse é o vídeo, entre 0,49 e 0,50 segundos eu apareço lá onde eu falei, no canto direito inferior do seu monitor.

http://www.youtube.com/watch?v=t8XBjMjrwMU

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pressa para abortos


Como tantos abortos que vemos por aí.

Como os abortos de nossos sonhos.

Como as construções de muros que nos separam de nossas aspirações.

Como os abortos cotidianos de nossas aspirações.

Como as portas, que arranham com seus fiapos de madeira , se você estiver com pressa e se quem passou verniz fez um trabalho apressado.

Quando estes se direcionam apressadamente para entre sua unha e a carne do dedo.

Como as portas e os abortos cotidianos nossos de cada dia.

Nossos de cada dia: como nossos sonhos nunca entram em redundância.

Apenas os abortos se repetem. É essa pressa de aborto dos nossos sonhos que não me deixa feliz.

Nem tanto o que entre entre unha e carne.

Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei