quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Kindergarten

Um pai, com 31 anos, entra no carro e olha para o filho, de 3 anos e 11 meses, já devidamente seguro em sua cadeirinha, e pergunta: "Vai querer ouvir o quê, Thales?" - e o filho responde: "Ramones!". O pai, orgulhoso, coloca "Garden of serenity" e seguem a viagem.

sábado, 24 de novembro de 2012

As drogas

Esse é sempre um assunto muito polêmico. Me intriga o modo como os governos, estados e municípios de quase todo o ocidente vêm lidando com essa questão, ora pois, na adoção da política proibicionista. E cada vez mais especialistas defendem a necessidade de ruptura com essa lógica, nefasta aos direitos humanos. Me assusta quando os jornais falam e divulgam opiniões de especialistas defendendo, por exemplo, um combate ao crack. De certo, nos lembra Maria Lucia Karam, o combate será direcionado para as pessoas, e não contra "o crack". Mas é sempre bom eleger inimigos, e agora este elegido foi o crack. Ou melhor, o craqueiro de rua, esse sim se lasca, tal qual a pedra que fuma. Esse é a bola da vez das autoridades incompetentes e maquiadoras e de especialistas de meia tigela oportunistas e sem nenhum compromisso com a saúde pública ou coletiva, diga-se de passagem. Frente a tudo isso, muito dinheiro é gasto à tôa. Lembro que dinheiro não dá em árvore - esse gasto aos milhões no "combate às drogas", seja com campanhas de merda na tv, às quais nenhum adolescente será imbecil o suficiente para se identificar e reconhecer como válida ou verdadeira ou séria, seja com projetos de merda de repressão ao tráfico, abarrotando e esborroando cadeias com micro-traficantes de merda, e cada vez construindo mais presídios como se fosse solução para o problema, seja com ações de inteligência, busca, apreensão, assim como a patrulhamento de frontreiras, como se fosse para evitar que entre "o mal" em nosso território. Ou seja, isso é ridículo, no entanto é a política adotada. É como se, fechando as fronteiras, estaria-se livre das drogas e armas. As armas eu não sei, aliás, sei sim, as armas são fabricadas, vendidas e depois compradas, para garantir a segurança, e não atiram sozinhas, mas as drogas não, ao contrário das armas e do dinheiro, as drogas dão em árvore, pelo menos a maconha, a coca e a papoula. Ah, é bom lembrar que o crack é uma substância resultado da produção da cocaína, que não foi utilizada no proceso de produção, é como se fosse o lixo da cocaína, isto é, não dá em árvore, foi produzido pelo homem (ou pela mulher, por crianças, idosos, desempregados, enfim, quem estivesse lá e aceitasse uma boa grana). Te digo que, inicialmente, é preciso conhecer as ideias da Maria Lucia Karam com maior profundidade. Depois, é preciso, e de forma urgente, fazer com que pessoas sem compromisso e caráter NÃO assumam funções públicas, seja na pasta da execução, legislação ou no judiciário.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Pizzaiolo


Por Pedro Machado Ribeiro Neto

09/11/10

 

Era um dia de estágio como outro qualquer; tudo poderia acontecer ali. Estava no pátio da “curta permanência”, exatamente no centro onde há estrutura coberta que abriga uma sinuca em más condições. Um dos usuários – assim como vários outros que já vi por ali – apareceu no pátio com aquele característico cobertor escuro do hospital rasgado enfiado na cabeça, e molhado pela água dos vasos sanitários, segundo um dos vigilantes. Era um homem alto, forte, pele clara, que devia ter na época uns 35 anos.

Dirigiu-se a mim, e o vigilante que sempre ficava por ali me alertou, com gestos, da possibilidade dele me agredir. Eu estava encostado na pilastra de madeira com as mãos para trás, e assim me mantive quando ele se aproximou. Permaneci com as mãos para trás, sem nenhuma possibilidade de reação ou defesa imediata. Ele veio e começou a falar algumas coisas que eu não entendi. Não de forma hostil, mas com discurso a mim incoerente. Porém, havia algo nele que me passou confiança.

Com os dias, o estado de surto em que ele se encontrava foi amenizando. Naturalmente, nossos encontros ali foram se ampliando. Certa vez, tinha me dito que era pizzaiolo, mas eu não acreditei, achei que fosse coisa da doideira dele. Mas não, eu estava enganado. Ele realmente trabalhava fazendo pizza.

Uma vez, cerca de três semanas depois do nosso primeiro contato, eu estava sentado em um dos bancos do pátio, distante da sinuca; havia acabado de chegar e conversava com algumas pessoas. Foi então que ele passou indo na direção da sinuca, acompanhado de uma mulher; quando ele me viu, retrucou, desviou seu caminho e voltou em minha direção. Apresentou-me à sua esposa, demonstrando certo tom de alegria e agradecimento; ficamos ali conversando por alguns breves minutos, sobre vários assuntos inclusive sobre maneiras de se fazer uma pizza; foi quando pude perceber que ele realmente tinha uma pizzaria.

Ele não me agradeceu verbalmente nem disse estar feliz. Nem precisou. Ele estava saindo de alta. Nossa linguagem gramatical é limitada para expressar a totalidade e complexidade de afetos envolvidos nos encontros. Quem sabe, quando for à Guarapari com minha esposa e meus filhos, possa ter a felicidade de entrar em sua pizzaria e então ordenar uma pizza, que com certeza ficará uma delícia... ele me passou a sensação também de ser um excelente pizzaiolo.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

hzuzhuahushaushausahsuh

Uma  postagem sem título, relagada à rascunho, merece sim um nome. Igual aquela criança que vive em abrigo assistencial, merece uma família, identidade, afeto, etc. No entanto, algumas famílias são piores do que os já nefastos e acolhedores serviços de alta complexidade.

Cuidar de inventar / inventando outro cuidado

Dicionário Piberam:
inventar
v. tr.
1. Fazer o invento de; idear; criar no pensamento.
2. Fingir.

Dicionário Michaelis:
inventar
(lat inventare, freq de invenire) vtd 1 Criar na imaginação, idear, ser o primeiro a ter a idéia de: Inventara Bell o telefone. 2 Excogitar, idear: "Inventará traições e vãos venenos" (Luís de Camões). 3 Tramar, urdir: Inventar estórias. 4 Espalhar ou contar falsament...
e: Por despeito é que andam inventando coisas.

Depois fui ver o significado de Invenire (Latim) no google tradutor:
“encontrar”

Interessante ver a proximidade de "Inventar" com "cuidar", pois, este último provém do latim cogitare, ou seja, também relacionado ao cogitar, pensar, imaginar, fantasiar, inventar:

Dicionário Priberam:
cuidar
v. tr.
1. Imaginar; supor; pensar; meditar.
Entre outros...

Dicionário Michaelis:
cuidar
(lat cogitare) 1 Cogitar, imaginar, pensar, refletir.
Entre outros.

...
Ver mais

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Aqui no face

Algumas coisas são ridículas. Os governantes falam que irão combater o crack, mas o que vemos, é um combate direcionado às pessoas que consomem crack na rua.

O combate é contra as pessoas, são as pessoas que estão sendo presas por usar crack na rua, por portar crack, produzir ou por comercializar.

E a substância continua a existir, mesmo que se edifiquem inúmeros e vastos presídios.
...

A guerra está declarada, e como em toda guerra, ambos os lados sairão perdendo.

Estou certo que o crack continuará existindo, mesmo com o melhor sistema militar da via láctea, mesmo que a gente mate todos que usam, produzem ou comercializam, o crack vai permanecer, e as pessoas vão continuar usando, e sendo presas, levadas a força, enfim, toda essa maracutaia.

Maria Lucia Karam poderia dizer algo sobre isso, se ela me aceitasse aqui no face.

Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei