quinta-feira, 30 de abril de 2015

Não sei se conhecem a Magda Dimenstein

Surreal, primeiro, buscar a Magda no aeroporto. Fiquei preocupado em não reconhecê-la, até porque eu a vi uma vez na vida e também por algumas fotos de internet, mas, logo que ela saiu, não houve dúvida. Fui ao seu encontro sorrindo e dizendo "professora", e ela sorriu e disse "Magda". A cumprimentei e disse que iria pagar o estacionamento, e ela então falou que iria fumar um cigarro ali fora. A fila demorou... Lá fora, a procuro e logo a avisto lá no canto. Estava no final da guimba, ela pergunta se poderia acabar, se teríamos tempo, e é claro que eu afirmo que sim... lembrei-me do bilhete de estacionamento, o qual deveria ter um prazo para que deixássemos o lugar, mas que eu ignorei, portanto, para curtir aqueles momentos ali com a Magda. Se precisasse, eu pagaria duas, três vezes o estacionamento, para poder ter aquele momento de conversa enquanto a Magda acabava de da as últimas tragadas no cigarro. Acabou que foi tudo tranquilo. Entramos no carro rumo ao Hotel. Viemos conversando sobre Natal, sobre ela, que disse estar trabalhando com o Rural, agora. Vim falando sobre o bairro, mostrei a ela o Mister Dog... Pedra Azul, café do Jacu... se soubesse, teria comprado. Enfim, passamos em frente ao Hotel, pois não havia escrito o nome "Comfort", e assim não parei, pois pensei que poderia ser outro à frente... bem, tivemos que retornar, a Magda muito simpática ficou de boa, pegou o papel, viu o número, essas coisas, até porque eu estava um pouquinho nervoso né, mas eis que retornamos tranquilamente, conversando sobre várias coisas, e então avistamos o hotel, ela confirmou o número e paramos! Aguardei ela fazer o check in. Havia uma págua com abacaxi, perguntei ao recepcionista o que era, ele disse que era "água aromatizada com frutas". Aí, a Magda fala: porque você não experimenta? Com o consentimento do recepcionista, fui lá... Mas antes, perguntei se a Magda gostaria, ela disse que sim, e então primeiro levei para ela. Depois provei. Engraçado que ela engasgou com a água... fiquei lá até ela tomar o elevador, ela praticamente me mandou ir embora (risos).

Depois, participar da banca. Surreal demais, mais emocionante e importante do que quando defendi meu doutorado. Com certeza, muito mais. Obrigado Luziane e Alexandra. Luziane, obrigados mil, você não imagina como está sendo importante para mim.

Por fim, o almoço com a Magda, sensacional, demais, ela é super super.

Só agradeço, estou ainda extasiado com tudo isso. Agradeço muito por ter vivenciado isso. A banca, a conversa com a Nicéia, com outros e outras colegas. Valeu a pena todo esforço do doutorado, valeu a pena todos os momentos ruins pelos quais eu passei, para viver este.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Nós somos o trânsito



Indo para Pedra Azul, fui ultrapassado por diversos carros, alguns dos quais de forma ignorante e que puseram risco à minha família e a mim. Logo no começo da viagem, ainda na Rodovia do Contorno, isso ocorreu, um carro veio superrápido querendo me ultrapassar, só que eu estava cortando um caminhão, e ele não soube esperar, colou atrás, enfim, tive que fazer uma manobra de certo modo arriscada para dar passagem a ele. Ainda no contorno, uma carreta que estava na minha frente decide entrar num posto quase sem dar seta, de uma hora para outra, e ao meu lado um cuzão passando correndo não me deu passagem, e eu tive que frear bruscamente quase esmagando minha esposa e a mim na carroceria da carreta.

Na BR 262, vários carros me ultrapassaram também de forma ignorante e diversas vezes em curva e locais proibidos. Sendo que, logo a frente, caminhões andavam lentamente e eu acabava os pegando novamente, ou seja, não adiantou terem feito burrradas.

Na volta, idem. Por duas vezes o trânsito travou, por causa de caminhões que desciam lentamente. Eu temia que atrás de mim uma carreta ou um destes imbecis a alta velocidade batesse na gente, então fazia sinal para que os motoristas do sentido contrário piscassem o farol para quem estivesse vindo atrás.

Outro detalhe: em certo ponto, um caminhão de bombeiros chegou em sentido contrário e parou, pois haviam vários focos. Porém, logo depois, vimos que ele retornou em certa velocidade pela contramão, não entendemos porque, mas estava perigoso. Logo abaixo, vimos um acidente, como mostram as fotos: um carro capotado, uma família do lado de fora, ninguém visivelmente machucado. Vi o olhar de uma senhora, seu semblante triste. Olhei nos olhos dela. Imaginei que, para ter capotado, deveria estar correndo, então parceia ser mais num dos idiotas que andam chutado e desrespeitam a todos. Só que ele tava com a família, o que torna o motorista mais idiota ainda.

Não é o trânsito que é violento: as pessoas são violentas no trânsito.





Ermitão

Bicho, vou morar na pedra azul. mas não vou comprar terreno ou propriedade porra nenhuma não. vou pro meio da mata. com certeza, várias pessoas já devem ter pensado e quiçá feito isso. mas não sei de fato. sei que estou pensando em fazer. me jogar pro meio da mata, lá no parque mesmo. entro na trilha com os guias e me perco. lá tem água, levo uma mochila com barras de cereal, sardinha, pão e patê de presunto. queijinho provolone, para garantir, caso não tenha êxito na caçada. levo também uma faca tipo do rambo. lá tem água.
Pelo menos por umas duas noites, aí eu volto prá casa, junto dos meus filhos.











quinta-feira, 16 de abril de 2015

cobras

Certa noite, avistei de relance algo no chão que se assemelhava a um galho, só que suspeitei que era outra coisa e fui lá conferir: era uma cobra, tipo uma coral. Cara, tive imenso susto, com meu filho na época com três anos, por aí. A cobra foi se escondendo dentro de um tapete que estava estendido no chão ao lado, meio que enrolado, aliás. Infelizmente, tive que matá-la. Peguei uma vassoura e esmaguei a cabeça dela antes que se escondesse no tapete. Imagina o perigo! No dia seguinte, levei meu filho lá do lado e mostrei para ele, não sei porque, mas fiz questão de mostrá-lo a cobra. Parece uma falsa-coral, listrada de preto, vermelho e amarelo.

Outra dia, mais recentemente, fui visitar uma tia minha que reside em um sítio em Marechal Floriano, lugar exuberante pela mata atlântica de cerro modo preservada. Eis que descíamos, minha esposa com o Heitor e o Thales comigo de mãos dadas, por um caminho que leva a santinha que tem perto do lago, na beira da mata. Por coincidência, eu acabava de avisar ao meu filho sobre o modo como deve
mos andar na mata, pisando forte e vagarosa mente, para avisar às cobras que estamos por ali e dar tempo de ela se afastar. Aí minha esposa exclama em surpresa a presença de uma cobra ali, eu de imediato tento pegar celular do bolso da bermuda para tirar a foto, mesmo sem ter visto a cobra de início. Na verdade, nesse momento o Heitor já estava no meu colo, pois eu lembro que com uma mão eu o segurava, e com a outra buscava o celular no bolso. Alguns segundos depois, vi uma cobrinha - que parecia ser filhote de jararaca se afastando e adentrando a mata. Dizem que elas são as mais venenosas. Nossa, que perigo corremos! Estou sendo irônico e ao mesmo tempo não.

De fato, a mãe dessa cobra teria todos os motivos do mundo para dar vassouradas fortes em minha cabeça até me matar, pois eu era um intruso na casa dela e poderia apresentar risco para seu filhote.

De fato, o que eu sinto pela natureza, pelos animais, pelo mar, enfim, pela existência da natureza, me impediriam de matá-lá ali, obviamente, haja visto que meu impulso foi o de tirar uma foto.


Lá e cá









Lá e cá é onde quero estar.
Cada vez mais, mais mesmo, até como resistência, vou estar lá: onde vejo a linha do horizonte, o mar, oi mar.
Isso: sempre perto do mar, das montanhas, natureza, floresta, cachoeira, sempre!!! Cada vez mais é onde quero estar!

E cá: no lugar em que eu me encontro hoje, fazendo meu pós-doc na Ufes rodeado de pessoas geniais e maravilhosas, com belíssimas e enriquecedoras experiências e conhecimentos, os quais vão me tornando cada vez mais pesquisador e ao mesmo tempo menos conhecedor das coisas!

Humildade e bons encontros, sempre, cada vez mais, sempre acumulando conhecimento e usando para aquilo que a gente acredita: lutar para a generosidade possa se embrenhar nas relações humanas.














sexta-feira, 3 de abril de 2015

Crônica de um cotidiano doente


O pneu do carro furou, fui trocar. Só que, ao invés dos simples dez reais que geralmente custa o remendo, tive que comprar dois pneus novos, com orçamento saindo cinquenta vezes mais do que imaginei inicialmente. Os moleques borracheiros perguntaram se não queria que alinhasse também, por 35 reais. Disse que não sabia. Eles me perguntaram se estava puxando, disse que trepidava, mas acreditava que era por causa do pneu que estava furado. Então, ele me garantiu que não precisaria de alinhar, deu a palavra dele de que era por causa do pneu, mas casso eu sentisse o carro puxando, eu voltaria e eles alinhavam. Vi que ele não estava fazendo corpo mole, pelo contrário, e então fui na dele. Só que, ao efetivar o pagamento, a proprietária perguntava se eu não tinha medo de andar com pneus novos sem alinhar, que se eu passasse no buraco iria acontecer isso, aquilo, ainda mais com filhos, enfim, colocou um terror tremendo, ficou uns cinco a dez minutos infernizando, literalmente, minhas ideias, com ironias e sarcasmos bem sorrateiros. Vale ressaltar que ela participa do batismo na igreja. Mantive a postura e não fiz o alinhamento. Contudo, fiquei o resto do dia com as falas dela na minha cabeça. Talvez saísse mais barato ter feito o alinhamento, psicologicamente falando, mas, evitei fazer algo que acreditava (junto com o borracheiro que fez todo o serviço) ser desnecessário. Agora, se as relações no comércio são deste tipo, com comerciantes empurrando e aterrorizando por causa de trinta reais, estou certo de que as pessoas estão muito doentes.

Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei