terça-feira, 24 de julho de 2012

Bem longe

Estou lendo um texto do Michel Foucaul do "Microfísica do Poder", um capítulo intitulado "A casa dos loucos". Como de hábito, resolvo perguntar para meu filho de quase quatro anos sobre o assunto:


Thales, onde que moram as pessoas loucas?

Ele leva uns três segundos pensando, olhando para mim com um semblante que eu não saberia descrever, meio que "maroto", e responde:

- "Bem longe!"

Aí eu abismado, com aquela coisa de pesquisador que vê milhões de hipóteses e possibilidades nessa afirmação, agradeci a ele, deixei-o vendo seu desenho e ia retornando para o computador, e quase saindo da sala, eis que resolvo testar uma dessa hipóteses, então retorno e digo:

Thales, mais uma coisa, onde moram as pessoas que não são malucas?

Um segundo e meio de pensamento e ele responde:

- "Aqui em casa".

sábado, 21 de julho de 2012

castelo


Castelo de cartas coisas que queimam queimam mais que fogo queima a brasa
o fogo torra a brasa queima
quem manda mexer com fogo agora amanhece molhada a cama
mesmo que não mexa
deu goteira na casa
e uma verruga

domingo, 15 de julho de 2012

Bebê do céu

"Papai do céu"... fiquei ontem pensando sobre essa expressão "papai do céu"... me pergunto se não seria um tanto que machista ensinar isso para o meu filho. Sei também das consequências que isso pode me trazer, mas esses dias vi alguém ensinando isso para o Thales, e pensei nisso, o quão machista é essa afirmação. Aí no mesmo momento já me intrometi na conversa e acrescentei que deveríamos também... agradecer (ou sei lá o quê, enfim) também à mamãe do céu, ao bebê do céu, ao vovô e vovó do ceú, ao titio e à titia do céu, enfim. Ficou um pouco estranho, mas realmente, ensinar que existe um "papai do céu" como força maior sobrenatural, é um pouco tenso, fica um pouco paternalista, tipo essa nossa cultura de agora há poucas décadas, voltada para a questão do pai, assim como de alguns vinte ou trinta séculos, na história do nosso querido ocidente de pessoas com olhos arrendondados...

Bolsista

Um das coisas mais loucas que aconteceram em minha vida - e aconteceram algumas, graças a deus - é isso de ser bolsista de doutorado. É muito louco isso. Digo isso por que não tenho como chamar isso de ser bolsista. A gente é aluno / professor. Barra. É uma identidade obnubilada, difusa, que se configura, desconfigura, reconfigura, transfigura e mais quaisquer prefixos que se queira acrescentar ao "figura". Ou seja, é mais dinâmica do que outras identidades profissionais.

Estou desde o dia 22 de abril realizando a análise temática da minha tese. É  muita loucura, veja, só, há praticamente três meses basicamente me dedicando só a leitura do material coletado nas entrevistas. Quem faria isso, se não um bolsista de doutorado???

Matem os matemáticos

Existem mil maneiras de preparar neston.
Existem, igualmente, mil maneiras de produção cancerígena.
Uma delas é o consumo de café e tabaco em exceso, tipo, o necessário para um dia todo.

A senhora agravação surge acompanhada de algumas questões sagradas.
Roubam a mente.
Um pouco de marirruana, caso tenha um pouco.

E às vezes eu penso que sai dos meus olhos.
Tipo, o necessário para um dia todo.

Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei