domingo, 28 de junho de 2015

Copa América

O brasil não perdeu porque o governo é corrupto. o brasil perdeu porque o everton ribeiro e o douglas costa perderam o pênalty. isso mostra que o brasileiro não sabe mais bater pênalty. isso mostra que a gente sabe fazer samba. isso mostra que a gente sabe fazer gol e agradecer aos céus com o dedo indicador em riste. isso mostra que a gente não sabe falar os plural das coisa.

entendeu?

sábado, 20 de junho de 2015

sexta-feira, 19 de junho de 2015

ES TV 1ª Edição

A reportagem de um jornal do meio dia de ontem mostrou uma jornalista entrando em um prédio abandonado, o qual era usado por drogados. A jornalista mostrou latinhas e outras coisas para uso de crack, preservativos e roupas jogadas pelo chão, além de resquícios de fogueiras e palavras escritas com carvão e outros artifícios nas paredes. Em determinado momento da reportagem, quando subia as escadas para o terceiro andar do prédio, a jornalista se mostrou preocupada caso encontrasse algum drogado por ali.

Eu só acho que, da forma como o jornal do meio dia aborda a questão da drogadição, faz um desfavor às políticas do Ministério da Saúde. Esse tipo de reportagem é comum também em relação a moradores de rua, geralmente, também tidos por este tipo de reportagem como "drogados e perigosos".

Imagino que, ao ler isso, alguém deve estar me mandando trazer os drogados e mendigos para minha casa. Só que isso é de competência do estado, e não do cidadão, como demonstra um monte de portarias, como essa aí abaixo:

PORTARIA Nº 1.190, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Institui o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema Único de Saúde - SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes gerais, ações e metas.

Artigo 3, inciso IV - enfrentamento do estigma: deve haver uma dimensão política de enfrentamento do estigma associada a toda e qualquer ação proposta para a população usuária de álcool e outras drogas, tendo em vista que o acesso ao cuidado tem importantes barreiras sociais, oriundas da compreensão ainda existente de que a estes cidadãos devem ser ofertadas somente políticas repressivas. O estigma se manifesta também pela desconfiança dos usuários em relação ao acolhimento e cuidado oferecidos pelo Estado;

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Louco ou drogado?

Hoje, eu andava tranquilamente em frente ao Centrocor, ali ao lado do Shopping Vitória, e buscava avistar uma faixa de pedestre para atravessar a avenida. Um cara estava bem a minha frente, indo na mesma direção, de casaco azul, mochilas e ouvia fones de ouvido. Do nada, ele faz um movimento em minha direção, e no instante em que tudo ocorre, tudo muito rápido e inesperado, cheguei brevemente a imaginar que seria algum conhecido vindo me cumprimentar. Mas, quando olho, percebo que seu movimento é no sentido de me acertar um soco. Seu punho ficou a centímetros da minha cara, mas não acertou, no entanto, ele chegou a me encostar no braço, não me lembro bem como. Olhei em seus olhos, era um cara branco, parecia ter uns 29 anos, talvez um pouco mais alto do que eu. Nessa hora, ele retornava para seu movimento de prosseguir com a caminhada, mas eu o ouvi dizer, com semblante que, de certo modo, esboçava alguma fúria: "me respeita, rapaz", e em seguida fez um sinal de que havia algo em sua cintura. Com medo, eu fiquei o observando e algumas pessoas que estavam perto sequer perceberam sua atitude, quando perguntei a um casal que passava no momento se "vocês viram aquilo, vocês viram aquilo?", eles ficaram me olhando como se não fosse com eles. Enfim, no susto, na imediaticidade do momento, eu liguei para o 190, pois, o cara seguiu atravessando aquelas ruas movimentadas sem esperar o sinal fechar, caminhando em direção ao shopping vitória. A oficial que me atendeu no ciodes, diante do meu relato de que um cara havia tentado me golpear, logo pergunta se ele "tinha problemas mentais", ou se era um "drogado". Foi aí que eu comecei a entender a situação. Ela me perguntou se ele havia me acertado, disse que não, mas estava assustado com o fato ocorrido (e com o fato do cara estar surtado e andando por ali, desferindo golpes e passando sem esperar o sinal fechar). Novamente, ela me questiona se é um louco ou drogado, com a minha resposta de que acreditava se tratar da primeira opção, ela então afirma: "então aí é com o Samu". Enfim, desliguei e continuei meu percurso, bem atento com o cara de azul solto por ali.

Ironias a parte, eu vim pensando nisso, no lugar desse cara. Ele disse: "me respeita, rapaz". Porra, justamente eu, que ganho a vida lutando pelo direito dessa galera circular pelo espaço urbano.

Muita coisa esse fato me fará pensar, desde o golpe até a policial falando que seria caso para o Samu.
Drogado, seria da polícia.
Louco, aí é do Samu.

Veja bem: mesmo quase tendo apanhado e poderia estar bem machucado agora, eu continuo a defender que o lugar para a loucura pode e deve ser o espaço público.

cabe a nós, enquanto profissionais da saúde, entender e acolher esse cara de azul. Cabe a nós encontrar maneiras de compreender a vida dele e possibilitar um ambiente, um aparato em que ele possa se sustentar.

Nós falhamos, assim como o soco dele.


Eu meio que me arrependi de ter ligado para a polícia, mas é entendível, digamos assim. Foi um susto, foi no susto, e para não perder a rima, de um cara no surto. Foi isso que pude entender quando a ficha foi caindo: era um cara surtado, nem precisava ter ligado para o 190, pensei. Mas aí já era.

Mas essas coisas acontecem para nos fazer pensar, entender a complexidade do cotidiano, e com isso tudo, pelo menos pude ouvir o relato da oficial sobre essa situação: "aí é pro Samu".

Pro Samu, ok, acho perfeito isso. Sem ironias, é por aí mesmo.

Por outro lado, nossa missão também deve ser a de possibilitar que o drogado seja, igualmente, um caso para o Samu.

A fala dele ficou em minha cabeça, juntamente com seu olhar serenamente furioso que aos poucos retornava a cabeça para frente. Ele não me olhou nos olhos.

De fato, essa fala: "me respeita, rapaz", parece ser de alguém que vem, costumeiramente, sendo desrespeitado...



















Levante

 Na sua palavra eu cuspo o A é minha Lei