quarta-feira, 6 de outubro de 2010

EMBALAGEM


Um gole de café desce quente pelo meu esôfago, e já não o sinto no estômago.

É assim todas as manhãs.

É como escrever com estilo e negligenciar o conteúdo.

É como se eu perdesse meu estilo.

É como se eu perdesse meu teto.

Meu teto caiu.

Teto e chão estão no mesmo plano.

Aparentemente um caos, mas o que se observa não termina aí.

O caos vem abraçado a uma dose quente de estabilidade e ordem.

É como numa gangorra, os dois brincam feito duas meninas de trancinhas subindo e descendo com o movimento retilíneo do aparelho.

Na roda da existência.

É como se vida etrena fosse aqui na terra, de novo e de novo diferenciando-se no mesmo.

É como duas meninas de trancinhas que brincaqm de lepoteca, a baterem suas mãos em uma cronologia que segue o compasso de uma melodia cantada por elas.

O embate de suas palmas seguem a música de seus lábios.

Não há preocupação no que virá a acontecer depois da brincadeira, apenas o cuidado de acertar ou não a palma da outra colega.

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