domingo, 8 de julho de 2018

Precisamos falar sobre as drogas.




Esses dias estava indo para o trabalho passando pela rodovia BR 101 em Carapina, Serra, Cariacica, região onde existem algumas empresas, e percebi um homem jovem com uniforme como se fosse de construção civil ou algo parecido atravessando a rodovia fumando um cigarrão que me pareceu ser de maconha. Fiquei me perguntando se ele chegaria ao trabalho mais tranquilo para aquelas oito horas diárias. Recentemente, e não foi a primeira vez, pedi um lanche e o motoboy, aparentemente, havia usado maconha, pela sua postura corporal, seu semblante, olhos vermelhos e pelo jeito de falar. Me tratou muito bem e o lanche chegou direitinho, ligo direto para lá. Não vejo mal nenhum, para mim, ele fumar maconha e dirigir moto. Todos sabemos de diversas pessoas “famosas” e importantes” mundialmente falando que usam ou usaram maconha, e que maconha é um arbusto, uma erva. Mas droga é um assunto complexo. Quando eu falo que droga é um assunto complexo e que precisamos falar sobre as drogas, eu quero dizer que o uso de drogas envolve muita coisa. Por exemplo, várias pessoas usam drogas, de diversas profissões, ou seja, o cara da construção civil, o entregador de pizza, o engenheiro da grande marca de computadores, o médico, o cabeleireiro, o chef de cozinha, a repórter. A droga causa efeitos diferentes, variando da qualidade da droga, do organismo e do contexto social em que se usa a droga – uma mesma droga pode causar efeito diferente na mesma pessoa, dependendo do lugar de uso, por exemplo – se ela usa em casa ou na rua, em um país em que o porte da maconha é ilegal. Vale ressaltar que o artigo 28 da lei 11,343/2006 não proíbe o uso, mas: “Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo”. Isto é, não se pode ter a droga para o uso, mas o uso em si, o Estado não proíbe. Vale ressaltar que conhecidos que já passaram por essas medidas me contaram que elas não funcionam na prática. Trata de uma política que apenas joga dinheiro fora. Mudo de opinião ao final deste artigo: não precisamos falar sobre drogas não, já que, primeiro, precisamos falar sobre essa política proibicionista que criminaliza principalmente uma parte vulnerável da população.

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