quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Amargo


Comecei a tomar café, em boa quantidade, isto é, cerca de umas cinco xícaras cheias por dia, na época em que me graduava em psicologia.

Sentava a tarde no meu quarto com meus textos e minhas xícaras de café.

De início, tomava-as com açúcar.

Mas comecei a me sentir impregnado pelo açúcar, meio saturado por tantas xícaras e consequentemente tanto açúcar.

Passei a tomar com adoçante.

Eu realmente não gosto de adoçante nenhum, tanto que só o uso no café mesmo, que não dá para ficar sem.

Comecei colcando algo em torno de 8 gotas por xícara.

Eram muitas.

Aos poucos, baixou para 7, 6.

Com os anos passei a usar 4 gotas e recentemente diminuí para 3.

Hoje uso apenas duas gotas de adoçante por xícara de café.

Estou cada vez mais gostando dele mais amargo.

As xícaras de café se mantiveram estáveis na casa das 5 por dia, com variações para mais e para menos.

Os textos a serem lidos aumentaram em quantidade e complexidade, eu diria.

Talvez um dia eu venha a preferir café sem adoçante nenhum.

Talvez, eu o prefira amargo, do jeito que ele se apresenta a nós.

Torrado, escuro e amargo.

Cada vez mais amargo.

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