terça-feira, 19 de setembro de 2017

Resposta sobre drogas

Drogas: um assunto polêmico que tem que ser falado, mas não da forma como essa reportagem da Rede Gazeta. Eu explico.

Droga pode ser definida como toda substância que ultrapassa a barreira hematoencefálica, isto é, tudo aquilo que provoca alterações na atividade do sistema nervoso central (SNC), aumentando-a (anfetaminas), dimunuindo-a (depressores, calmantes, etc) ou em relação à qualidade do SNC (perturbadoras).

É claro que a reportagem, mesmo sem citar, quis dizer sobre esse tipo de droga que no Brasil ainda é ilegal, como maconha, cocaína, crack, sobre as quais, em geral, paira nosso preconceito.

Só que droga, além destas, também são os refrigerantres que contêm cafeína, o café, energético tipo red bull, chás, ritalina, omeprazol, cataflan, Salvia Divinorum, LSD, aquela cervejinha de ontem, ou seja, as drogas podem cusar danos, mas também podem trazer momentos interessantes para a vida de um indivíduo. Inclusive se você for atropelado, reze prá ter droga no hospital rs.

No caso das drogas em relação à adolescência, eu estou com a Gilberta Acselrad, que fala da cultura da autonomia, isto é, os jovens podem conhecer as drogas, experimentando-as ou não, mas devem conhecer seus efeitos positivos e negativos.

Os jovens devem saber escolher e se reponsabilizar pelas escolhas, mas é claro que se trata de um assunto de uma delicadeza e profundidade tamanhas que não dá para falar assim em um texto sobre a relação drogas / adolescência.

Por exemplo, se a questão da proibição for por que "as drogas fazem mal", ou seja, pela dependência que causam, ainda há controvérsia, pois substâncias como Salvia Divinorum e LSD, por exemplo, não causam depenência, mas podem sim causar muitos danos. Como a Ritalina receitada para as crianças com diagnósticos no minimo discutíveis. Porém, algumas destas precisarão sim de metilfenidato, que é uma droga, o que discuto é o uso exagerado nesta época.

Estou com a LEAP, com a Maria Lucia Karam e acredito que a política proibicionista é muito mais letal do que qualquer droga. É uma droga de política, digamos assim. Esse assunto não é debatido pelo jornal, e fica a sugestão.

Gazeta e profissionais das entrevistas: não existe mundo sem droga, não existe sociedade sem drogas, e não existe um lugar ideal em que será possível afastar crianças da droga, pois elas estão por aí, nos jardins e gretas, nascendo em arbustos. Devemos, inicialmente, acabar com preconceito contra quem escolhe fazer uso e possibilitar que as pessoas que demandem cuidado, tenham direito, mesmo que escolham continuar usando drogas ilegais no Brasil. Isso está escrito nas políticas de saúde mental sobre drogas, como na Portaria 3088 de 23 de dezembro de 2011, que institui a Rede de Atenção Psicossocial, ou então na portaria 1028 de 2005, que institui a Política de Redução de Danos, uma política federal, que pelo jeito os autores da reportagem não conhecem.

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