sábado, 25 de maio de 2013

Prolixo





















Sábado pela manhã, o luxo de ser prolixo.

De súbito aquela vontade nem sempre rotineira

de ouvir uma música, que não era qualquer uma

era punk-rock de primeira.

A letra versa sobre desemprego, cujo refrão ecoa:

"Não não, não me aceitam!".

Para em seguida proclamar:

"Sem dinheiro no bolso, com a carteira limpa

cuidado com a geral, vagabundo se deu mal".

De fato, estou usando muito a expressão de fato.

Assim, deixo o de fato de lado e passo a usar assim.

Assim, me identifico de cara com a canção...

Tipo,

quero ver me aceitarem aqui em vitória.

Aceitam nada, tem que tá padronizado e ser um pouquinho imbecilizado.

E isso também significa ser uma besta produtora de artigos e afins.

Tipo, quantidade sem qualidade.

Porque as pessoas sequer pensam sobre o que escrevem.

E, além disto, minha carteira está limpa, tipo, o mês todo quase.

Se eu não ficar extremamente atento a tudo quanto é edital de merda por aí que me confira alguns trocadinhos, tal que eu possa adquirir acumulado com a bolsa, ou se eu não me padronizar (quer dizer - me tornar igual) ou se eu não me tornar um pouquinho imbecilizado, uma anta produtora de artigos esdrúxulos, irei para o lixo.

Mesmo correndo o risco de ser prolixo,

tudo o que me resta

é dançar um punk-rock brasileiro.

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