terça-feira, 25 de abril de 2017

Sangue Preto

Estive em Ouro Preto neste feriado de Tiradentes.

Vou falar aqui sobre a extração de ouro.

Conheci uma antiga mina de ouro, cujo guia nos informou que fora construída por escravos trazidos de países africanos. Essas pessoas já detinham conhecimento sobre a construção dessas minas antes de virem para o Brasil, conhecimento de arquitetura, fazendo túneis seguros, com consistência e ventilação. Conhecimento também de geologia, pois seguiam os rastros do quartzo branco na superfície e no interior das minas para encontrar o ouro que geralmente se encontrava acoplado a este.

Segundo fomos informados, os escravos mineradores deveriam ser pessoas baixas, e, caso o filho crescesse muito além dos 1,50 e 160 almejados para essa função, eram esterilizados, mas não vou dar detalhes de como isso acontecia.

A expectativa de vida desses trabalhadores de minas era de 10 anos de trabalho, ou seja, se a pessoa entrasse lá com 15 anos, com 25 estaria falecendo. Isso porque existia a lei do sexagenário, que dava o direito da pessoa parar de trabalhar com 60 anos, mas não chegava aos trinta.

Por fim, existem cerca de 400 minas de ouro na região de Ouro Preto, mas nas redondezas esse número se multiplica, aparentemente chegando a ultrapassar 2 mil minas encontradas, fora as que foram fechadas com a abolição e permanecem desconhecidas.
 
O início do Brasil está marcado de sangue e ouro preto.

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