Tenho percebido que minha culpa tende a aumentar a cada dia que passa.
É como se injetassem em mim uma certa quanidade de culpa fabricada.
Parece um tratamento que, todo dia, devo ir à farmácia e pedir que me injetem determinada quantidade de culpa; e digamos que, todo ano, essa dose aumenta.
Nesse caso o problema não é nem o valor da culpa, é a quantidade.
Ou melhor, sua progressão.
Parece um tratamento para a selvageria; a cada passo, desde que nascemos, somos domesticados e definidos em uma quantidade pequena de comportamentos.
A gente nasce selvagem.
O nosso pensamento é embotado e compactado.
E a gente é alimentado com culpa.
Ironicamente, isso faz sobreviver, mas como um urubu que se alimenta de restos podres de carne.
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