quarta-feira, 15 de setembro de 2010
mANICôMIO
Havia acabado de arrumar emprego em um manicômio. Não sabia bem o que fazer quando chegasse lá. Estava com medo. Não sabia o que esperar. Deveria ter atenção com aquele monte de doidos.
Cheguei lá e vi que não eram perigosos, mas ao contrário, eram pessoas muito sensíveis, serenas, tímidas (inversamente a alguns psiquiatras).
Alguns sim eram extrovertidos e não paravam de falar (a parecer meu primo Augusto).
Outros nos davam boa noite mesmo sendo 10:17 da manhã. Mas tanto faz.
Comecei a notar que não tinha noção nenhuma do que realmente deveria fazer ali.
Estava perdido.
Não tinha função, apesar de ter um cargo naquele lugar.
Aí resolvi buscar ajuda na teoria.
Na faculdade não vi nada que pudesse me auxiliar nesse momento, e fui atrás de alguns textos em bibliotecas.
Achei um trabalho sobre manicômios, que era de um psicólogo a favor da luta-antimanicomial.
Eu não poderia ser a favor disso, por que significaria meu desemprego.
Mas era um psicólogo de nome famoso, que eu acho que eu até já tinha ouvido falar. Nesse livro achei um texto legal que dizia:
dois ovos, meio quilo de farinha de trigo, bater bem e depois aquecer em fogo brando.
Não entendi muito bem, mas levei para o trabalho e lá foi um sucesso! Passamos boas horas fazendo um bolo, o que nos proporcionou agradáveis momentos naquele lugar.
Mas no dia seguinte estava tudo vazio - meu entusiasmo de ideias novas - de novo. O que eu queria mesmo era - não abandonar o emprego com aquelas pessoas - mas sair dali.
Mas e os loucos, iriam prá onde?
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