terça-feira, 18 de abril de 2017

Sobre futebol, malandragem e ética

No domingo, jogaram São Paulo e Corinthians pela semifinal do campeonato paulista.

Nada de mais, não fosse o fato que um jogador do São Paulo pisou no joelho do próprio goleiro, sem querer, claro, em disputa com um atacante do Corinthians.

Só que o juiz achou que fosse o jogador adversário que tivesse pisado, e assim, deu cartão amarelo, fato que tirava o (relativamente bom) atacante do próximo jogo. Isso daria uma vantagem ótima ao São Paulo, portanto.

Mesmo assim, o jogador do São Paulo assumiu que foi ele e o juiz retirou o cartão amarelo do jogador do Corinthians.

Meio mundo caiu de críticas e outra metade do universo se rendeu aos elogios ao jogador do São Paulo. Acredito que esse fato seja exemplar.

Logo depois, um jogador do próprio São Paulo concedeu entrevista coletiva e disse que "prefere a mãe do adversário chorando, do que a dele". Ou seja, discordando do comportamento do companheiro.

Só que não é questão de "preferir" qual mãe que chora, é uma questão de justiça, de respeito. De sentimento de humanidade, de solidariedade, honestidade, que parecem estar ausentes hoje.

Ele pisou e disse que foi ele, simples. Não fez nada de errado. Nada. Pelo contrário, agiu de forma belíssima.

É uma questão ética e que espelha o comportamento nacional.

Me lembro que no jogo do Palmeiras, nesse mesmo fim de semana, o jogador Zé Roberto levou um empurrão no peito e se jogou no chão com a mão no rosto, como se tivesse levado um golpe forte.

O Rivaldo, na copa de 2002, fez algo parecido, levou uma bolada na canela e colocou a mão no rosto, caindo e rolando no chão. Nessa mesma copa o Luizão foi puxado pela camisa fora da área e caiu dentro, e o juiz caiu na dele e acabou marcando pênalti.

Me lembro também que, quando o Ronaldinho Gaúcho chegou no Barcelona, levou consigo a mania de cavar pênalti ou fingir falta, o que foi veementemente contestado pelos adversários e por companheiros de time.

Somos assim, mas podemos mudar.

O que me faz pensar com esse otimismo é o fato de que o Tite, ex-técnico do Corinthians e atual da seleção brasileira, segundo rumores, porque não ouvi isso dele ainda, parece ser contrário à "malandragem" no futebol.

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