No domingo, jogaram São Paulo e Corinthians pela semifinal do campeonato paulista.
Nada de mais, não fosse o fato que um jogador do São Paulo pisou no joelho do próprio goleiro, sem querer, claro, em disputa com um atacante do Corinthians.
Só que o juiz achou que fosse o jogador adversário que tivesse pisado, e assim, deu cartão amarelo, fato que tirava o (relativamente bom) atacante do próximo jogo. Isso daria uma vantagem ótima ao São Paulo, portanto.
Mesmo assim, o jogador do São Paulo assumiu que foi ele e o juiz retirou o cartão amarelo do jogador do Corinthians.
Meio mundo caiu de críticas e outra metade do universo se rendeu aos elogios ao jogador do São Paulo. Acredito que esse fato seja exemplar.
Logo depois, um jogador do próprio São Paulo concedeu entrevista coletiva e disse que "prefere a mãe do adversário chorando, do que a dele". Ou seja, discordando do comportamento do companheiro.
Só que não é questão de "preferir" qual mãe que chora, é uma questão de justiça, de respeito. De sentimento de humanidade, de solidariedade, honestidade, que parecem estar ausentes hoje.
Ele pisou e disse que foi ele, simples. Não fez nada de errado. Nada. Pelo contrário, agiu de forma belíssima.
É uma questão ética e que espelha o comportamento nacional.
Me lembro que no jogo do Palmeiras, nesse mesmo fim de semana, o jogador Zé Roberto levou um empurrão no peito e se jogou no chão com a mão no rosto, como se tivesse levado um golpe forte.
O Rivaldo, na copa de 2002, fez algo parecido, levou uma bolada na canela e colocou a mão no rosto, caindo e rolando no chão. Nessa mesma copa o Luizão foi puxado pela camisa fora da área e caiu dentro, e o juiz caiu na dele e acabou marcando pênalti.
Me lembro também que, quando o Ronaldinho Gaúcho chegou no Barcelona, levou consigo a mania de cavar pênalti ou fingir falta, o que foi veementemente contestado pelos adversários e por companheiros de time.
Somos assim, mas podemos mudar.
O que me faz pensar com esse otimismo é o fato de que o Tite, ex-técnico do Corinthians e atual da seleção brasileira, segundo rumores, porque não ouvi isso dele ainda, parece ser contrário à "malandragem" no futebol.
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