Casa das mulheres – passei em frente à
casa das mulheres por duas vezes, primeiro subindo a rua e depois, com um
pouquinho mais de calma, voltando, quando subi a calçada e passei devagarzinho,
observando-as. Aparentemente, umas seis moradoras se encontravam na área
externa da casa, daquele jeito: cada uma em seu canto, sem interação entre
elas. Uma especialmente me chamou a atenção, porque lembro bem dela da época do
estágio no Adauto e em situações posteriores, a gente já chegou a interagir
diversas vezes, mas não recordo de seu nome. Ela estava lá, sentada, bem
quieta, certamente com auxílio da medicação que ela e as colegas devem estar
tomando aos montes.
Então, pode ser bem melhor do ponto de
vista da calma e tranquilidade da vizinhança e para o trabalho das cuidadoras
que as moradoras estejam medicadas, mas podemos ter cautela e entender que o
excesso de medicação pode também atrapalhar o processo de aquisição de
autonomia destas moradoras. Aparentemente elas estavam dopadas, o que traz
sossego e alívio, mas empobrece brutalmente as possibilidades destas moradoras
participarem da gestão da casa, do corpo, da apropriação dos espaços da
vizinhança.
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