terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Quase nunca
Nunca fui fã de Wanessa Camargo.
Há alguns anos, estava de carona e ouvi na rádio uma música dela cujo refrão suplicava: "metade de mim te ama e te adora e outra metade de mim precisa ir embora".
Mas o refrão não meramente entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
Esse trecho adentrou as profundezas de meu intelecto e neste fez sua morada,
pois,
simplesmente aborda de forma exuberante e maliciosa ao mesmo tempo e extremamente clara a natureza do bicho homem, isto é, a contradição, a ambiguidade, o senso de não completude.
Eu nem sempre tive pensamentos contraditórios.
Quase nunca.
Diogo Mainardi, um profissional da opinião, uma vez escreveu que já se pegou dando opiniões contraditórias sobre o mesmo assunto.
É mais ou menos isso.
A gente nunca tem certeza de tudo ou nada.
A gente inventa tudo ou nada.
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